FAMOD e CNCS partilham os resultados da pesquisa sobre deficiência e HIV/SIDA em Moçambique

Decorreu na manhã de hoje a segunda fase da apresentação dos resultados do estudo intitulado "Direitos, acessibilidade e inclusão de pessoas com deficiência em serviços e programas de HIV/SIDA em Moçambique", realizado pelo FAMOD em parceria com o Conselho Nacional de Combate ao Sida (CNCS), sob financiamento do #Fundo Global.

As pessoas com deficiência constituem um dos grupos que mais enfrenta barreiras para aceder aos serviços e programas de HIV/SIDA em Moçambique. Embora a deficiência não seja vista como uma condição que determina a infecção pelo HIV, as vulnerabilidades a que as pessoas com deficiência estão expostas aumentam o seu risco de infecção pelo HIV.

O estudo aponta para vários desafios que as pessoas com deficiência enfrentam para se beneficiar dos serviços e programas de HIV/SIDA, com destaque para a falta de informação acessível e inclusiva sobre prevenção e tratamento, as barreiras de acessibilidade física das unidades sanitárias e profissionais de saúde pouco qualificados para lidar com as particularidades das diferentes tipologias de deficiência. A falta de colecta de dados desagregados por deficiência e de implementação de acções direccionadas às necessidades específicas das pessoas com deficiência também constrangem o gozo dos direitos a cuidados de saúde pelas pessoas com deficiência.

O uso de clínicas móveis e de agentes comunitários de saúde, a introdução de paragens únicas para pacientes com deficiência e a sinalização do cartão do paciente com deficiência para sua fácil identificação são algumas boas práticas realizadas pelos profissionais de saúde em algumas unidades de saúde abrangidas pelo estudo para tornar os serviços prestados mais humanizados para as pessoas com deficiência.

Os resultados deste estudo fornecem um quadro situação significativo sobre o cumprimento dos direitos, acessibilidade e inclusão de pessoas com deficiência em programas e serviços sobre HIV/SIDA no país, mas é fundamental a realização de outras pesquisas, como a prevalência da infecção pelo HIV nas pessoas com deficiência, para informar, ainda mais, os esforços de combate inclusivo ao HIV/SIDA em Moçambique.

 

O evento decorreu em formato híbrido, sendo presencial na cidade de Maputo e virtual para as restantes províncias do país. O foco desta segunda fase era partilhar os resultados da pesquisa com as restantes províncias do país, em particular as abrangidas pelo estudo, e influenciar a incorporação das acções de seguimento e recomendações do estudo nos programas das várias entidades interessadas nesta matéria a fim de que ninguém seja deixado para trás.

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